Inspirado numa obra de Machado de Assis, o espetáculo reflete sobre a formação da elite brasileira. Entre tiradas filosóficas e metafísicas, o defunto Brás Cubas rememora sua intensa e frívola vida burguesa, no Rio de Janeiro do século 19, no meio de amores frustrados e a invenção de um remédio para a cura do grande mal da humanidade: a melancolia.

O musical das cantigas para toda a família. A aventura e as escolhas entre liberdade e responsabilidade, anseios e expectativas infantis, na urgência das descobertas e da permanente necessidade de expansão, tempos e contratempos da rotina do lar; nos jogos e nas brincadeiras, em um exercício lúdico de participação e cidadania.

O espetáculo conta a história de um menino que sonha com o circo e convida o público a sonhar com ele, mostrando que a possibilidade de alcançar os sonhos não tem idade e nem classe social. Com mágicas, malabarismo e equilibrismo, o espetáculo traz à reflexão o respeito às diferenças, a consciência ambiental, a divisão de responsabilidades e um pouco da vida no circo. Esse espetáculo foi inspiração para um livro infanto-juvenil de mesmo nome escrito por Marcelo Pichuruca, produzido pelo Circo do Céu Aberto, lançado na Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) em 2022.

HORÁRIOS:

11h, 13h, 15h

Referência obrigatória na literatura mundial do século XX, o escritor Franz Kafka (1883-1924) teria vivido, já no fim da vida, uma história curiosa. Ao caminhar por uma praça perto de sua casa, encontrou uma menina que chorava por ter perdido sua boneca. Sensibilizado pelo sofrimento da criança, ele passou a escrever cartas à menina como se fossem enviadas pela boneca, em que descrevia suas incríveis aventuras pelo mundo. A bela e intrigante história já foi contada em livros, contos e peças, mas até hoje não há provas de que realmente tenha acontecido – as cartas jamais foram encontradas, tampouco a dona da boneca. Adaptação do romance de Jordi Sierra i Fabra.

Fábio Porchat escreveu e dirige esta comédia especialmente criada para Júlia Rabello, Maria Clara Gueiros e Priscila Castello Branco, que interpretam mais de vinte personagens em nove esquetes. Para a peça, Porchat misturou textos recém-criados e outros que, apesar de escritos em 2004 e 2005, revelam conexão com a década de 2020. Entre as nove histórias, “Superstição”traz o reencontro de duas amigas que não se viam há anos, uma delas acredita cegamente em todas as crendices e a outra é puro ceticismo. Já Priscila e Maria Clara contracenam em “Selfie”, sobre um fã que aborda uma famosa atriz em um restaurante e, enquanto tenta tirar uma fotografia, começa a listar defeitos na artista que supostamente admira.

Esta peça não é sobre uma santa, mas sobre uma adolescente pobre, não casada, virgem e grávida fora do noivado, vivendo em uma sociedade intolerante, patriarcal e machista, que apedrejava mulheres adúlteras. Seu nome: Maria de Nazaré. Até então escrita por homens, a história aqui é contada por sua protagonista, absolutamente humana. Premiado em versão audiovisual e sem cunho religioso, o monólogo passeia por diversos arquétipos da alma e da ancestralidade feminina. A atriz investiga as fricções entre essa narrativa milenar e a sociedade atual, expondo comportamentos patriarcais que perduram até nossos dias.