Um dos mais celebrados textos de Nelson Rodrigues ganha nova  montagem sob a direção de Bruce Gomlevsky. Escrito em 1962, ‘Bonitinha, mas Ordinária’ já recebeu inúmeras versões teatrais e cinematográficas e conta a história de Edgar, rapaz humilde que recebe a proposta de se casar com a filha de seu patrão, Maria Cecília, que tem 17 anos e está grávida após um estupro. Edgard hesita em assumir este casamento e a paternidade da criança indesejada pois está apaixonado por Ritinha, sua vizinha, moça pobre que precisa se prostituir para sustentar a mãe demente e as três irmãs. Toda a trama gira em torno das hesitações e perturbações de Edgard até sua escolha final.

Este espetáculo musical é uma grande homenagem para Zé Ramalho e toda a sua obra, que levou para o mundo a força artística nordestina, com toda a sua potência criativa. A montagem se divide em cinco módulos: “Brejo da Cruz”, que apresenta as origens do artista, “Campina Grande”, cidade que marca o interesse de Zé pela música, “João Pessoa” retrata o momento lisérgico da vida do músico, quando começa a compor, “Rio de Janeiro” apresenta a batalha por um lugar ao sol, passando por situações de vulnerabilidade, e “Popstar” que mostra o sucesso e a consagração de clássicos como “Admirável Gado Novo”, “Garoto de Aluguel” e “Chão de Giz”.

Juliana Martins e Maitê Padilha interpretam a mesma mulher em fases diferentes da vida, aos cinquenta e aos quinze anos, numa espécie de acerto de contas entre juventude e maturidade, expectativa e realidade. Elas recriam, 26 anos depois, essa personagem vivida por Marieta Severo e Andrea Beltrão na montagem original do texto, que estreou em 1998 e projetou o autor e diretor João Falcão mundialmente. Uma versão que continua atual e nos coloca diante de uma reflexão atemporal: como seria a vida se as escolhas fossem outras?  Pergunta mais do que nunca pertinente, quando o ritmo da vida cotidiana parece se acelerar a todo instante.

O musical apresenta 21 canções de Raul Seixas e dramaturgia composta exclusivamente por textos do próprio Raul. Autorizado pela família do músico, o autor e diretor Leonardo da Selva teve acesso aos manuscritos que expõem as reflexões de Raul sobre sua obra, seu país e o papel do artista na sociedade. Premiado ator e diretor teatral, Bruce acumula mais de 50 espetáculos, entre eles o megassucesso “Renato Russo, o musical”, em cartaz há 18 anos.

Em cena, um artista visual mergulhado no processo de criação de uma nova instalação tendo como matéria prima envelopes contendo cartas enviadas a seus destinatários por correios. No manuseio do material, lê as cartas e se encanta pelos diversos conteúdos. Surgem então as histórias de cinco homens que desabafam sobre suas mágoas, medos, tristezas, alegrias, declarações de culpa, traições, tragédias e segredos íntimos. Todos eles têm idades, classes sociais e estilos de vida diversos e o ator Emilio Orciollo Netto os interpreta utilizando somente os recursos de corpo e voz.

De sua janela, Malu (Elizândra Souza) – com o auxílio de um binóculo – narra tudo o que acontece na vizinhança e, desta forma, consegue descrever o que acontece em cena para os que não veem. Já Nina (Mariana Siciliano), que é surda, ensina a Cadu (Vinicius Teixeira) como ele pode falar sem usar as palavras. Aos poucos, começam a se comunicar à distância e a amizade do trio se inicia à medida em que aprendem instintivamente a lidar com as diferenças de cada um.

HORÁRIOS:

11h, 13h e 15h.